Para escrever algo no facebook, no Twitter ou enviar torpedos para celulares precisamos utilizar pouquíssimas palavras. Embora esses textos sejam pequenos conseguimos fofocar, informar e comentar nossas vidas diariamente com outras pessoas.
Mas alguns escritores utilizam esse espaço das redes sociais e das novas tecnologias para além dos relatos cotidianos, publicam e divulgam seus microcontos. Observe o conto abaixo:
Bruxas
Congestionamento de vassouras na convenção das bruxas. Os semáforos enfeitiçados, piscam em todas as cores.
(Carlos Seabra)
A idéia principal desses autores é escrever em poucas palavras uma pequena narrativa (história), na qual a descrição dos acontecimentos e dos personagens será reduzida. Nos microcontos não existe uma história completa com começo, meio e fim, mas sim um início de conto que sugere algo que faz o leitor imaginar o restante da história.
Mas bem antes das redes sociais (twitter, facebook, chats, etc.) se tornarem famosas, muitos escritores já arriscavam escrever histórias com poucas palavras, como o uruguaio Eduardo Galeano (1940) e o brasileiro Dalton Trevisan (1925). Abaixo:
A noite/1
Não consigo dormir. Tenho uma mulher atravessada entre minhas pálpebras. Se pudesse, diria a ela que fosse embora; mas tenho uma mulher atravessada em minha garganta.
(Eduardo Galeano)
A velha insônia tossiu as três da manhã.
( Dalton Trevisan)
Atualmente tornou-se uma convenção entre os escritores que microcontos são histórias de até 150 caracteres ou letras. No concurso que o PIBID História realizará o limite é de 140 caracteres com espaçamento, seguindo o tamanho das postagens do Twitter. As inscrições serão nos dias 03 e 04 de novembro de manhã e noite, na escola.
Ficou com dúvidas? Compareça na oficina sobre criação de microcontos, quarta-feira de tarde, ás 16 horas.
>>> Para saber mais... ----------------------------------------------------------------------------
Sites
Blog do escritor Carlos Seabra: http://microcontosdocarlos.blogspot.com/
Livros
GALEANO, Eduardo. Mulheres. Porto Alegre: L&PM, 2009.
TREVISAN, Dalton. Ah, é? Rio de Janeiro: Record, 1994.
por Priscila Roatt
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